A minha relação com a arte começou cedo, ainda na infância, sob a influência do meu pai, mas foi com a orientação de uma Mestra espanhola, de Arte, Maria José, que cresci na pintura a óleo. Nesse período fui influenciada pelo estilo impressionista, deslumbrou-me a plasticidade mágica de suas mesclas, a liberdade do traço e a singularidade da imagem intimista feminina que me define.

Sempre me interessei pelos efeitos da cor, assim como pelos seus contrastes. Gosto de pintar temas do cotidiano que resgatam no outro um apelo aos reflexos dos seus sentidos. Gosto de representar a natureza em sua exuberância e a visão romanceada que toda sua beleza, seja pelas suas crenças ou enredos, inspira-nos.

A maneira de começar a pintar será sempre aprendendo a ver. Acostumada a analisar o mundo que me rodeia nunca estou completamente só para cada olhar que me devolve inspiração. Contemplo, observo e comparo cores e tons que me levam por onde passeiam os meus afetos e me inicializam no processo criativo.

O óleo é um dos meios mais expressivos e versáteis que há no mundo da pintura e adere com facilidade a qualquer superfície que não tenha brilho, desde que bem preparada. Com sua consistência suave e cremosa a pintura a óleo admite a utilização de várias técnicas devido ao seu processo de secagem lenta.

A técnica a óleo pode ser bastante expressiva quanto à possibilidade de trabalho com pincel. Para isso se fabricam um extenso número de pincéis, variando o pelo, a forma e qualidade do mesmo, segundo a utilidade a que este esteja destinado.

Embora a pintura a óleo, com um tempo, personalize o estilo de cada pintor, existe um conjunto de conhecimentos básicos sobre os materiais e recursos que o ofício em si exige e que necessitam estar presentes na hora de começar um quadro.

Movimento-me à vontade em meio aos materiais e técnicas e enfrento em cada pintura o desafio de dar forma plástica às minhas vivências e ao meu olhar.

É por este mundo palpitante de cores e de significados que o processo de criação se converte em algo mágico. A relação com a Arte é muito pessoal, mas tenho procurado retratar o que melhor se comunica comigo. Parte do que parece decifrável está, de fato, já construído e por sua vez o que já temos construído já possui suas franquezas superiores ao que, simplesmente, representamos.

 

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