“O desenho abrange quase tudo, menos o matiz.
É preciso desenhar sempre e desenhar com os olhos, quando não se tem o lápis.
Ao estudar a natureza tenham olhos, a princípio para o conjunto.
Interroguem-no, e somente a ele.
Os pormenores são de pouca importância e devem ser submetidos à razão.
A forma ampla, isso sim! A forma é a condição e o fundamento de tudo; até a fumaça deve ser expressa pelo traço.
Observem entre os modelos as relações entre grandezas; eis aí todo o caráter. Deixem-se impressionar intensamente por elas e, também de maneira intensa, relativizem-nas.
Se, ao invés de seguirem esse método vocês tatearem, não farão nada bem feito.
Tenham inteira nos olhos e na mente a figura que querem representar. A execução deve ser apenas a realização dessa imagem já possuída e preconcebida.
Quanto mais simples as linhas e as formas, maior é a beleza e a força. Sempre que dividir as formas vocês as enfraquecerão. O mesmo ocorre quando se fraciona qualquer coisa.
As belas formas são planos retos com rotundidades. As belas formas são as que tem firmeza e plenitude, nas quais os detalhes não comprometem o aspecto das grandes massas”.
Fonte de referência:
A pintura – Vol. 9: O desenho e a cor/
organização de Jacqueline Lichtenstein; apresentação
de Jacqueline Lichtenstein; coordenação da tradução de
Magnólia Costa. – São Paulo: Ed. 34, 2006.
152 p.
ISBN 85-7326-357-1